quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A imparcialidade da imprensa na cobertura das eleições

A Cobertura de um processo eleitoral produz diversos fatos no mínimo questionáveis em relação aos princípios básicos do jornalismo.A posição adotada por alguns veículos de comunicação muitas vezes extrapola o propósito informacional da imprensa e acaba se transformando em propagandas alternativas para determinados seguimentos políticos.

Não são raros os casos em que veículos da imprensa utilizaram do seu poder para prejudicar ou favorecer algum candidato .Um dos mais marcantes da história no país foi a edição do debate entre Lula e Collor nas eleiçõe de 1989.
Na ocasião a Rede Globo de televisão utilizou seu espaço no horário nobre para incutir no público a ideia de que Collor era o mais apto para governar o Brasil.

O maior problema não está no fato dos veículos apoiarem o candidato ,mas sim,em fazerem isso sem uma prévia comunicação com seus leitores,ouvintes ou telespectadores.

Quando as empresas de comunicação tomam uma posição na disputa a cobertura se torna mais transparente para seu público que passa a ter condições de fazer uma análise crítica das matérias divulgadas,
Nas eleições presidenciais desse ano tal iniciativa foi tomada somente por dois grandes orgãos da imprensa nacional. O jornal O Estado de S.Paulo divulgou que estaria apoiando o candidato José Serra através de um editorial entitulado "O Mal a evitar",e a revista Carta Capital comunicou que estaria ao lado da petista Dilma Roussef em seu editorial "Por que apoiamos Dilma".

A outra grande parte da mídia preferiu se dizer imparcial,porém analisando de forma um pouco mais atenta é possível perceber que não se comportaram assim. Podemos tomar como exemplo um fato onde José Serra foi agredido por um objeto desconhecido e a globo esforçou-se para provar que não se tratava de uma bolinha de papel.Para isso utilizou até mesmo a análise de um perito no Jornal Nacional para comprovar sua versão da história.
Em outra situação a Globo escondeu um protesto de moradores contra o tucano para disfarçar o mal estar enfrentado por ele.

Já a Rede Record de televisão pode ser punida pela justiça eleitoral por apresentar uma reportagem imparcial a favor da candidata Dilma.

sábado, 20 de novembro de 2010

Resquícios da escravidão

Por Wilian César
Já se passaram 122 anos após a abolição da escravatura mas o Brasil ainda tem muito o que aprender em relação aos direitos dos negros.
Embora tenha ocorrido uma importante melhora na qualidade de vida dos afrodescendentes devido a diversas políticas de inclusão social,o país ainda possui enormes problemas oriundos do preconceito e da desigualdade racial.

Em comparação com os brancos,os negros possuem maiores índices de analfabetismo e desemprego,menores salários e uma grande diferença na questão do acesso às universidades. Uma matéria divulgada hoje no "O Dia Online"com base na pesquisa (Pnad2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) comprova essa situação.
No começo desse ano o governo de São Paulo lançou o "Salariômetro", site onde é possivel calcular a média salarial dos trabalhadores em várias regiões do país.Um dos cálculos mostrou que um cozinheiro branco de 50 anos recebe,em São Paulo,salário médio de R$ 783,enquanto um trabalhor negro,na mesma profissão,recebe em média R$ 656 .

Quando o assunto se refere à abordagens policiais,também é possível identificar uma diferença nos procedimentos adotados por parte da polícia. Brancos são tratados de uma forma,negros são tratados de outra. Não são raros os casos onde a polícia mata um pobre,preto,(inocente ) e registra o fato como "resistência seguida de morte".

Outro fator que chama atenção no país é a questão do preconceito velado,as pessoas são racistas mas tentam esconder esse defeito. Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo sobre preconceito em 2003 ,detectou que 87% dos entrevistados diziam que o Brasil é um país racista,mas apenas 4% admitiam,para sí próprios,qualquer tipo de preconceito.

As emissoras de televisão também tentam disfarçar o seu papel racista na sociedade,para isso estabelecem "cotas" para jornalistas ou atores negros no espaço da telinha. Na maior parte das vezes,principalmente em novelas,o que conseguem é fomentar ainda mais o racismo através de personagens malandros,escravos,alcoólatras ou condenados ao subemprego.

Nessa semana uma grave denúncia de preconceito contra uma estudante de direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) tráz uma clara ideia de que muita coisa ainda precisa mudar para os negros nesse país.

"Jornalista de elite"

O jornalista Luis Carlos Prates,da RBS TV (afiliada da Rede Globo em Santa Catarina) é um típico apoiador do elitismo.Essa semana ele resolveu expressar toda sua indignação com o fato de pessoas mais pobres estarem adquirindo seu próprio automóvel.
Em um comentário extremamente tosco e desprovido de nexo,Prates resolveu atribuir a culpa dos acidentes de trânsito ao motorista de baixa renda e ao governo lula por ter popularizado o carro para quem,segundo ele,"nunca tinha lido um livro".

A revolta do jornalista se evidencia na seguinte colocação: "Hoje qualquer miserável tem um carro,o sujeito jamais leu um livro,mora apertado numa gaiola que hoje chamam de apartamento,não tem nenhuma qualidade de vida mas tem um carro na garagem".

Luis Carlos Prates é daqueles que não suportam a palavra ascensão social,que odeiam pobres e negros dentro das universidades,que não aumentam o salário da empregada só para que essa não tenha televisão,computador e nem ao menos geladeira em casa.(Isso são privilégios para quem leu livros).

Prates é como Sandra Annenberg,se irrita quando as ondas do mar devolvem para areia os objetos valiosos que os turistas um dia perderam nas águas.Esses objetos viram alvo de caça para os pobres que buscam um complemento para renda mensal,mas Sandra prefere "crer que o que está sendo devolvido seja devolvido também para os donos que perderam".
Prates tem o Pensamento de Boris Casoy,para ele pobre não tem direito nem de desejar um feliz ano novo.

Prates é daqueles que clamam pela prisão dos pobres,mas que silencia quando o playboy,parente bem proxímo do seu patrão,comete estupro contra uma garota de 13 anos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

EUA e IRÃ,dois países e uma semelhança.

É muito comum assistir a mídia mundial criticando o Irã por suas posturas que vão de encontro aos direitos humanos, volta e meia países se reunem para adoção de sanções contra a terra de Mahmoud Ahmadinejad. Mas será que existe diferença entre esse país e os EUA?
Na última sexta feira(22) a divulgação de documentos confidenciais do exército norte-americano no site da WikiLeaks, trouxe a tona os verdadeiros bastidores da guerra iraquiana.
Os arquivos vazados mostram que os Estados Unidos utilizaram prisões secretas,praticaram torturas, ataques aéreos contra civis, execuções sumárias e diversos crimes de guerra.

Vale lembrar que o ex presidente George W.Bush iniciou os ataques contra o Iraque sob alegação de que o país integrava o denominado"eixo do mal" e abrigava armas de destruição em massa(que por sinal nunca foram encontradas).
Somente alguém muito inocente acreditaria nessa versão, uma vez que aquela nação claramente foi mais uma das vítimas do imperialismo norte-americano. Por pura e simples ambição de poder e riqueza, os EUA promoveram uma verdadeira carnificina, derramando o sangue de homens, mulheres e crianças inocentes.

Não por acaso, as últimas revelações sobre os bastidores da guerra me fizeram lembrar da brilhante resposta do candidato derrotado Plínio Arruda, ao argumento do atual candidato à presidência José Serra, durante o debate presidencial do primeiro turno na Rede Record. Na ocasião Serra defendia que o Brasil não deveria fazer alianças com Irã, mas ouviu de Plínio a seguinte frase: "Nos temos relações com os Estados Unidos, quer país pra criar mais problemas com os direitos humanos do que os Estados Unidos?".

E realmente Plínio está coberto de razão.
Se quisermos, pois, fazer justiça aos direitos humanos, havemos de concordar que Irã e EUA são tudo farinha do mesmo saco.
Veja a resposta de Plínio para José Serra:

domingo, 24 de outubro de 2010

A caixa preta da guerra iraquiana

Os cerca de 391.832 documentos confidenciais do exército norte-americano sobre a Guerra do Iraque, publicados na última sexta- feira(22) no site da organização WikiLeaks,revelaram ao mundo as atrocidades cometidas pelos EUA durante os anos de conflito.
Os arquivos vazados mostram que os Estados Unidos utilizaram prisões secretas,praticaram torturas,ataques aéreos contra civis,execuções sumárias e diversos crimes de guerra.
Conceituados veículos da imprensa mundial como("The New York Times","Le Mond","Guardiam","Al Jazeera","Der Spiegel")noticiaram que as ações são piores do que aquelas sobre a Prisão de Abu Ghraib.

De acordo com o documento foram pelo menos 109 mil mortes,a maior parte delas de civis(63%),um número superior ao divulgado pelo governo Bush. 121.649 civis iraquianos e forças de segurança se feriram,3.592 soldados de coalizão foram mortos e 30.068 ficaram feridos.
Em um dos casos de tortura denuciados no "Guardian" ,um prisioneiro foi baleado na perna por um policial,em seguida passou por abusos que resultaram em costelas fraturadas,múltiplas lacerações e hematomas nas costas devido a golpes com bastão e mangueira.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Globo esconde protesto contra Serra

Sbt mostrou,Band mostrou,Record mostrou. Quem assistiu a Globo não viu.
Foi na última terça (05),o candidato à presidência da república pelo PSDB,José Serra,resolveu iniciar sua campanha do segundo turno com uma visita as obras de prolongamento da Avenida Jacu- Pêssego,que liga a Zona Leste de São Paulo ao Rodoanel.
A avenida -que está quase pronta-foi construída durante a gestão de Serra à frente da prefeitura e do governo de São Paulo. Logo que chegou, o candidato foi recebido com protestos de moradores insatisfeitos com os buracos e problemas deixados pela movimentação das máquinas que trabalham na construção.

Diante da confusão,a visita do tucano durou menos de 5 minutos e teve que ser feita de dentro do carro.Curiosamente,ao exibir o dia do candidato no Jornal Nacional,a Rede Globo editou a matéria e cortou as manifestações contra José Serra. Na visão da Globo "José Serra foi abraçado por moradores da Zona Leste da capital".

Não é proíbido que um veículo de imprensa tenha suas posições políticas,o que não se pode é abrir mão da imparcialidade e omitir os fatos , transformar reportagens em peças publicitárias.
A Globo vem mostrando que ainda não é capaz de separar as coisas.

Veja a diferença entre as reportagens:

^ Vídeo retirado do canal (muitoalemjn)no you tube.

Veja a mesma reportagem exibida na Band:

domingo, 10 de outubro de 2010

Sarney,onde está a honestidade?

E prossegue a oligarquia maranhense

A vitória de Roseana Sarney nas eleições do último domingo demonstrou novamente o poderio do clã no Maranhão. Com o resultado,ela chega ao governo pela quarta vez e, ao final do mandato,em 2014, terá governado o estado por 14 anos. Essa triste notícia me faz lembrar da brilhante reportagem publicada no ano passado pela revista britânica The Economist. A seguir, leia alguns trechos da matéria e entenda o sucesso desse coronelismo enraizado:

"Sarney pode parecer um regresso a uma era de políticas semifeudais que ainda prevalecem em alguns cantos do Brasil e puxam o resto dele para trás..."
"O centro de São Luís está decrépito","As ruas estão cheias de buracos e a cidade conta com um número extraordinário de flanelinhas. Só no mês passado, houve 38 assassinatos na cidade de 1 milhão de habitantes"A reportagem afirma que no interior do estado o atraso é "mais evidente", e cita o exemplo da cidade de Sangue, onde "muitas pessoas vivem em casas de um só cômodo, cujo telhado é feito de folhas de palmeiras, e que não têm nem água nem eletricidade".
"Os avanços educacionais no Estado são ruins. Sua taxa de mortalidade infantil, de 39 por mil nascidos vivos é 60% mais alta do que a média brasileira", cita a revista.

Mas o controle da família Sarney no Maranhão é reforçado pelo fato de ela ser proprietária de uma estação de TV que passa programas da Rede Globo e que, no meio das novelas, "costuma exibir reportagens favoráveis ao clã", diz a revista.
"O controle das estações de televisão e rádio é particularmente útil no interior do Maranhão, onde a maioria do eleitorado é analfabeto, e onde Sarney encontra a maior parte de seu apoio", diz a Economist.

É importante salientar que o apoio do PT para Roseana nas eleições 2010 também pode ter sido um fator determinante para o sucesso de sua campanha. Resta-nos dizer a seguinte frase: "OH MARANHÃO !!! QUANDO TE LIBERTARÁS?"

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Serra quer mais sangue vermelho.

Candidato tenta perder a fama de "sangue azul"
para conquistar o povão.


Por Wilian César.
Vai entender a política!

É do conhecimento de todos a clássica rivalidade PSDB X PT,porém uma coisa vem chamando a atenção na propaganda eleitoral tucana. Parece que os marqueteiros de José Serra resolveram mesmo pegar carona no alto índice de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na tentativa de quebrar o distanciamento de Serra com o eleitorado da "ralé",um jingle em rítimo de samba,divulgado logo no ínico da campanha na mídia, apresentava o candidato simplesmente como o "zé",o homem pronto para ocupar o posto que Lula irá deixar.
"Quando o Lula da Silva sair,é o Zé que eu quero lá(...)pro Brasil seguir em frente.Sai o Silva e entra o zé",entôa a musíca.
Samba é um rítimo com a cara do povão,e qual periferia não tem o seu "Zé"(pintor,padeiro,pedreiro, etc) ? Uma mistura perfeita para sugerir que apesar de "culto", Serra é "simples" como um Silva metalúrgico.

Não satisfeito com a comparação através da melodia os tucanos foram além. Na parte inicial da propaganda exibida na última quinta-feira(19), o PSDB divulgou uma imagem em que Serra e Lula se cumprimentam,ao mesmo instante em que uma narração diz:"Serra e Lula.Dois homens de história".
Seria uma tentativa de confundir o eleitor desinformado,ou uma forma de mostrar que, se eleito, manterá a mesma linha de governo?
O fato é que José Serra decidiu soltar o seu lado vampiro, e enquanto puder vai sugar o máximo do sangue vermelho petista.
Essa briga vai longe!!!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Violência policial segue matando

Abraçado ao filho morto com tiro efetuado por policial militar,o técnico em refrigeração lamenta a tragédia(foto)
Já perdi a conta de quantas vezes escrevi sobre inocentes mortos por erro da polícia.Quem olha em meu blog deve achar até mesmo que tenho aversão a instituições policiais.Muito pelo contrário,fico feliz quando as autoridades cumprem com o dever de garantir a segurança da população.
O que acontece na verdade é que os erros não param de se repetir em todos os cantos de nosso país,e mesmo assim as corporações insistem em formar agentes dotados de um comportamento extremamente violento.

Há poucos dias em uma favela carioca,o menino Wesley Guilber Rodrigues de Andrade,de 11 anos,foi morto dentro de uma sala de aula com um tiro no peito,era uma bala de fuzil perdida durante troca de tiros entre PM's e bandidos.Não se pode afirmar ainda se o disparo foi efetuado por um policial,mas podemos sim questionar a forma que a operação aconteceu.
Sabendo da proximidade do colégio com o confronto,não é melhor deixar que os criminosos escapem do que expor diversos alunos,professores e demais funcionários ao risco de morte?

O caso mais recente vem do nordeste do país e confirma que o despreparo da polícia é nacional.Na tarde do último domigo,em Fortaleza,no Ceará,o jovem Bruce Cristian de Oliveira Souza,de 14 anos,foi morto por um tiro na nuca pelo policial militar Yuri Silveira.
Bruce e seu pai voltavam de moto do serviço quando o soldado resolveu abordar o veículo.Não percebendo a ordem de parada, o pai do menino acelerou e foi surpreendido pelo disparo que tirou a vida do rapaz.

Não adianta tratar esses fatos como "casos isolados",continuo batendo na mesma tecla,enquanto a polícia pregar a violência em seus treinamentos,teremos policiais violentos nas ruas.
É burrice acreditar que a melhor polícia é aquela que agride ou mata mais,porém nossas autoridades se recusam a entender isso.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Caos em Juiz de Fora

Adutora rompe e cidade para.
Veja o vídeo do portal R7:

Juiz de Fora enfrentou um dia de caos na véspera deste feriado de Corpus Christi,tudo começou depois que uma adutora com vazão de até 500 litros de água por segundo, se rompeu abrindo uma cratera de seis metros de diâmetro,na Avenida Rio Branco-a principal via da cidade-no ínicio da tarde.
Após o acidente, a pressão na tubulação era tanta que a água jorrava a uma altura de aproximadamente dois metros,em poucos minutos todas as três pistas do trecho entre a avenida Brasil e a Rua Barão de Cataguases, já estavam alagadas. A passagem sob a linha férrea conhecida como "Mergulhão", se tranformou em um verdadeiro rio e a água chegou a um metro de altura.

Não demorou muito e o problema chegou ao trânsito,nem mesmo a ajuda dos agentes e policias militares que tentavam orientar sobre rotas alternativas ,foi suficiente para evitar os diferentes pontos de engarrafamentos.Quilômetros de congestionamentos foram registrados na Avenida Brasil,principalmente no sentido Zona Norte/Centro.A situação também ficou bastante tumultuada no trecho livre da Rio Branco, bem como nas avenidas Francisco Bernardino,Indepêndencia,Getúlio Vargas,Sete de Setembro e Andradas.Até mesmo o Anel viário da UFJF ficou engarrafado.
Passageiros do transporte coletivo enfrentaram atrasos e a lotação dos veículos,quem resolveu passar o feriado fora da cidade também se atrasou para o embarque no Terminal Rodoviário Miguel Mansur,por esse motivo algumas linhas retardaram as partidas durante alguns minutos.

Feriado sem água:
Durante toda madrugada técnicos da Cesama( Companhia de Saneamento e Pesquisa do Meio Ambiente) trabalharam no local mas ainda não há previsão para o término dos reparos.Embora a adutora seja responsável pelo abastecimento da área central e Zona Sul,a Cesama optou pelo fechamento de toda a rede para agilizar os trabalhos.
Também ficam sem água as regiões Sudeste,Leste,Cidade Alta e Nordeste.Apenas a Zona Norte, que é abastecida por outra adutora,não foi afetada.
Resta, portanto, economizar!!!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Bope mata inocente e culpa furadeira

Conhecer os principais tipos de arma do mundo é parte da função de um policial de elite, saber diferenciar arma de uma furadeira elétrica, é obrigação.
Na úlitma quarta-feira(19), o fiscal de supermercado Hélio Barreira Ribeiro, de 47 anos, foi covardemente assassinado por um policial do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PMERJ, durante uma incursão do grupo de elite no Morro do Andaraí. O erro de Hélio -se é que podemos assim dizer- foi estar no terraço de sua casa consertando um toldo de plástico com uma furadeira na mão.

Acreditando que a ferramenta elétrica usada pelo fiscal se tratava de uma submetralhadora, o cabo Leonardo Albarello, com 12 anos de polícia, efetuou contra ele um tiro certeiro de fuzil 7.62 .
O disparo ocorreu de aproximadamente 40m de distância e perfurou o pulmão da vítima. No dia seguinte a morte, o comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo Moraes tentou justificar o erro durante uma coletiva de imprensa, para isso comparou as semelhanças entre a ferramenta e arma através de imagens desses objetos. O comandante ainda classificou como "correto" o procedimento do atirador.
Ponto de vista:

Não dá para assistir esse caso e ficar calado, como é que pode um inocente pai de família ser morto dessa forma e o procedimento ainda ser classificado como correto pelo comandante da tropa?
O policial tem sim todo o direito de preservar sua vida quando atacado, mas não pode ser orientado a matar o primeiro suspeito que vê pela frente.
A política de segurança do Rio de Janeiro está invertendo a ordem natural das regras, criou-se o pensamento de que nas comunidades periféricas"todo mundo é bandido até que se prove o contrário" , estabeleceu-se como lei o "atire primeiro e pergunte depois".

Sem sombra de dúvida a história de Hélio se repete em grande parte das invasões,a diferença ,porém,é que muitas vezes os inocentes entram para lista dos" criminosos mortos em confrontos com a polícia".São raros os veículos de imprensa dispostos a subir o morro para levantar informações sobre a verdadeira identidade do suposto bandido, assim a polícia se sente a vontade para sair matando a torto e a direito.

Se o comando do BOPE tem a coragem de considerar o procedimento correto nesse caso vergonhoso para o país, já deu para entender que a ordem é mesmo "entrar pela favela e deixar corpo no chão". É inadimissível que o Estado seja conivente com essas execuções, as autoridades não podem criar um exército de assassinos oficializados com licença para matar.
Como que fica a família da vítima agora? Adianta alguma coisa pedir desculpas? Adianta indenizar? Quanta hipocrisia!!!!
Veja a arte feita pelo portal do Jornal "O DIA"   
Click na imagem para ampliar

sábado, 15 de maio de 2010

Uma polícia assassina

Polícia espanca motoboy até a morte na frente da mãe.
Vídeo do portal R7 Rede Record

Criada para oferecer segurança a população,a instituição Polícia Militar muitas vezes se perde em seu papel de proteger,transformando-se,portanto,em ameaça à sociedade.
Em São Paulo, por exemplo,duas execuções promovidas por policiais militares em menos de um mês,despertaram a atenção para a conduta muitas vezes criminosa do orgão.

O primeiro caso aconteceu no dia 9 de abril, quando o motoboy Eduardo Luís Pinheiro e mais três suspeitos foram detidos em uma ocorrência sobre o furto de uma bicicleta na zona Norte.Ao invés de serem conduzidos para delegacia,todos foram encaminhados para o batalhão da PM. Eduardo então foi torturado por vários policiais que ao perceberem a gravidade dos ferimentos, montaram a cena de um novo crime,abandonando a vítima em uma rua da mesma região.

Coincidência ou não,o segundo caso de violência também envolve um motoboy.Alexandre Menezes dos Santos,25 anos, foi executado por Pm's na madrugada do último sábado(8),na Zona Sul de São Paulo.Alexandre havia deixado a Pizzaria onde trabalhava às 4h e saído ao encontro de um tio em um bar.No caminho ,viu uma ronda policial e tentou desviar,pois sua motocicleta, comprada no nome da namorada,estava sem as placas.O Rapaz conseguiu chegar com o veículo a até o portão de casa onde chamou pela mãe,mas foi torturado e morto na frente dela.
Durante as agressões a mãe da vítima também chegou a ser ameaçada de morte pelos policiais.O laudo do IML indicou como causas do falecimento "Asfixia e traumatismo craniano".

As duas histórias acima se somam a vários outros casos de violência policial que ocorrem em larga escala no país,histórias que muitas vezes são distorcidas,fazendo com inocentes sejam taxados como criminosos na tentativa de justificar os abusos de autoridade.Diante dessas circunstância fica difícil,ou,porque não dizer,impossível classificar a polícia como uma parceira da sociedade.

Um artigo escrito pelo Procurador de Justiça baiano Rômulo de Andrade Moreira,onde esse propõe a desmilitarização da polícia,aponta com bastante precisão a principal causa da truculência da instituição PM , mostrando porque o atual modelo do sistema policial acaba entrando em choque com a realidade da população.
Veja o que é dito por ele nestes fragmentos do texto:
"Sem querer esgotar o assunto, estamos com aqueles que entendem salutar a criação de uma única polícia no âmbito estadual, com um caráter eminentemente civil, principalmente porque as funções executadas pela polícia têm, primordialmente, caráter civil; caráter militar, por exemplo, tem o combate à guerra, ao terrorismo, à ação de grupos armados contra o Estado Democrático, etc., onde o policial deve fazer-se temido pelo inimigo, o que não deve ocorrer no trato com os civis.
Ademais, o regulamento militar, aprendido e obedecido pelo policial, termina sendo aplicado também na relação com os civis, na atividade de policiamento das ruas, acabando por considerar o civil um seu subordinado, quando a relação deve ser exatamente o oposto."

Como o texto deixa bem claro,é preciso uma polícia"eminentemente civil" ou seja:(no mais alto grau),situação bem diferente das policias civis que temos atualmente.
Precisamos de uma polícia que saiba muito bem o seu papel perante a população,que faça o seu trabalho sem abrir mão do respeito ao cidadão.Porque é inadimissível que o Estado continue apoiando as barbaridades cometidas por seus oficiais, fardados ou não.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Globo e Serra,tudo a ver?

Suspeita de mensagem eleitoral em filme de aniversário da Globo.

Nessa semana um fato bastante curioso ocorreu na televisão brasileira.No último domingo, a Rede Globo de Televisão estreiou uma mensagem, que segundo a emissora seria em comemoração aos seus 45 anos de Plim plim pelas telas do país.

Acontece que o vídeo soou como propaganda política a favor de José Serra,candidato oficial a presidência da republica nas eleições de 2010.
Isso porque ,além de dar destaque ao número 45 sobre um fundo azul-mesma cor adotada pelo PSDB-, a fala de atores,apresentadores e jornalistas globais, constantemente faziam alusão ao tema da campanha do tucano,definida como"O Brasil pode mais".

A possibilidade de uma mensagem subliminar a favor de José Serra, ganhou repercussão entre os internautas sendo criticada também por Marcelo Branco, coordenador de internet da campanha da pré candidata do PT- Dilma Rousseff.
O Secretário de comunicação do PT,André Vargas, escreveu em seu blog que o lema de Serra havia inspirado a emissora.

Diante das desconfianças geradas em cima da mensagem,a Globo tirou o vídeo do ar um dia após o lançamento e se defendeu através de uma nota publicada em seu site .Segundo a emissora o filme foi criado"comprovadamente - em novembro do ano passado, quando não existiam nem candidaturas, muito menos slogans eleitorais." a nota diz ainda que a " Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação da campanha na televisão. "

Ponto de vista:
Pode parecer bobagem,mas que esse vídeo da Globo é bastante suspeito ,isso é!!! E tem mais,se fosse tão inocente assim,porque tanta pressa em retirá-lo do ar?
Se os grandes grupos de comunicação acreditam que ainda podem manipular a massa,é bom que saibam que a população está com os olhos mais abertos,e diferente de um tempo onde as informações ficavam retidas,a internet está aí para denunciar qualquer tentativa de imposição ideológica.

CNJ aposenta Juíza que prendeu menina com homens no Pará.

A juíza Clarice Maria de Andrade(Foto), que em 2007 manteve por 26 dias uma menina de 15 anos em uma cela com cerca de 30 homens na delegacia de polícia de Abaetetuba, no nordeste do Pará, recebeu a pena máxima do CNJ(Conselho Nacional de Justiça), a aposentadoria compulsória. Em processo disciplinar contra magistrados, essa é a maior sanção possível.

No período em que esteve presa por tentativa de furto, a menor sofreu abusos sexuais por parte de alguns detentos, teve que se prostituir em troca de comida, e ainda foi torturada por eles. Ao deixar a carceragem, a garota apresentava marcas de queimaduras de cigarros pelo corpo, hematomas provocados por surra de pau de vassoura e cabelos bem curtos, cortados com facão.
Por unânimidade os conselheiros do CNJ acataram o voto do conselheiro Felipe Locke Cavalcanti , que é relator do processo disciplinar contra a juíza. Eles concluiram que Clarice sabia das condições da prisão antes de tomar atitude, pois ela mesma havia feito uma vistoria no local três dias antes.

Falsificação de documentos:
Dezoito dias após a prisão da garota, policiais da delegacia enviaram um ofício á juíza, informando que a cela onde a menor estava não separava homens de mulheres. Eles pediam a transferência da menina e alertavam para o perigo de haver crimes sexuais no local. Se defendendo da acusação de omissão, a juíza falsificou um documento para alegar que determinou a transferência no mesmo dia em que foi comunicada sobre a situação. No entanto, uma perícia revelou que o ofício apresentado por ela foi inscrito muito depois do caso ganhar repercussão da mídia.

E agora?
Com a punição, Clarice fica impedida de trabalhar, mas terá um salário compatível ao tempo de magistratura.(Um Juíz só pode perder o cargo definitivamente se for condenado em processo judicial).Uma cópia do caso foi enviada ao Ministério Público do Pará pedindo ação judicial contra a juíza, e se for condenada ela poderá perder o cargo ou ter a aposentadoria cassada.
Clarice se diz injustiçada e pretende recorrer.

sábado, 17 de abril de 2010

Todos Mortos

Justiça falha em punição e jovens desaparecidos são assassinados.
Na última semana chegou ao fim o mistério dos 6 jovens desaparecidos(foto) desde o ano passado em Luziânia(GO),todos eles foram mortos pelo pedreiro Admar de Jesus Santos,de 40 anos.A polícia desvendou os assassinatos após rastrear o celular de uma das vítimas e descobrir que o aparelho estava em poder da irmã do criminoso.

Admar confessou que atraía os garotos em troca de dinheiro,mantinha relaçõ
es sexuais com eles e em seguida os matava.O que chama atenção nessa história é que o homem já possuia passagens na Justiça,em 2005 ele teria sido condenado em Brasília a 14 anos de prisão ,por ter abusado sexualmente de dois meninos,de 8 e 11 anos.

Beneficiado com a progressão de regime,Admar voltou às ruas após o cumprimento de dois sextos da pena.Antes de ganhar a liberdade, o pedreiro foi avaliado por três psícologas e considerado um "psicopata perigoso ",com "sinais de sadismo"e "perversão sexual",sem condições de convívio em sociedade.Mas nem isso foi suficiente para mantê-lo preso.
Com a assinatura do juiz,o assassino confesso deixou a penitenciária pela porta da frente no dia 23 de dezembro do último ano,sete dias depois começou sua série de ataques aos jovens de Luziânia.

Al
ém da irresponsabilidade por parte da justiça que concedeu o benefício ao criminoso,outra situação que ajudou aumentar o número de vítimas foi a atitude da polícia e do Governo local, que por questões políticas insistiam em recusar ajuda da Polícia Federal para investigar o caso.

Mães, parentes e amigos se reuniram em manifestações e foram até Brasília
cobrar agilidade nas apurações.Depois de um pedido encaminhado ao Ministério da Justiça pela Ordem dos Advogados do Brasil(OAB),a (Polícia Federal)PF também passou a investigar o sumiço dos Jovens.
Na ocasião,ao receber a notícia do reforço da PF,Maria Lúcia Souza Lopes,mãe de um dos assassinados,desmaiou de emoção.

Ponto de Vista:
Já passou da hora de nossos políticos mudarem as leis do país,temos uma legislação arcaica e totalmente inadequada para sociedade em que vivemos atulamente.Sabemos que muitos advogados conhecedores de todas as "brecinhas"e "caminhos", fazem pressões para impedir uma atualização dessas leis,porém são essas lacunas que permitem que um criminoso volte de imediato para as ruas. Como diz uma canção de Renato Russo :"Esse é o nosso mundo,o que é demais nunca é o bastante..." "Ninguém vê onde chegamos,os assassinos estão livres,nós não estamos".

Tragédia arquitetada.

A catástrofe ocorrida no morro do Bumba,na cidade de Niterói(RJ),é um fiel exemplo de descaso do poder público com o crescimento desordenado das cidades.Pelo que se sabe,as casas foram construídas sobre um lixão desativado,debaixo do olhar de vários governos, que mesmo conhecendo os riscos de possíveis tragédias,nada fizeram para deter a ocupação.
Ao invés de barrar as construções,autoridades políticas preferiram incentivá-las,levando ao bairro elementos típicos de locais realmente preparados para habitação.

É muito fácil, e porque não dizer cômodo,culpar a natureza ou a própria população carente pelos acontecimentos,mas não podemos esquecer que na maioria das vezes o problema está na falta de projetos ou de fiscalização.
Todo mundo sabe que desde que o mundo é mundo existe chuva,sabe-se também que uma pessoa desabrigada quer um pedaço de teto independente do local.Cabe, portanto, aos prefeitos investirem na construção de conjuntos habitacionais populares, e lutarem para que áreas impróprias sejam desocupadas logo que descobertas.

Ocupação irregular não é uma particularidade do Rio de Janeiro ou São Paulo,várias cidades menores enfrentam atualmente o mesmo problema e infelizmente estão lidando com ele da mesma forma(não fazendo nada para combatê-lo).
Enquanto os governos não tomarem uma providência séria,casas continuarão sendo engolidas em lixões,famílias inteiras serão destruídas e ao olhar os noticiários veremos o mesmo cenário de destruição .

sábado, 3 de abril de 2010

Hospitais decentes? Só para os Sarneys.

Enquanto crianças maranhenses morrem aguardando vagas em UTIs,Sarneys usam modernos hospitais particulares em São Paulo.
Atendimento médico de qualidade nunca foi problema para os Sarneys,pois quando algum membro do clã se vê acometido por doença,embarca imediatamente em um vôo com destino a São Paulo,onde um luxuoso hospital particular estará lhe esperando de braços abertos,com os melhores profissionais da área de saúde e equipamentos de última geração.Enquanto isso,os moradores do Estado que durante vários anos vive sob o domínio dessa mesma família,morrem em hospitais por falta de UTIs.

Na mesma semana em que José Sarney se internou no Hospital Sírio -Libanês em São Paulo, para retirada de um tumor benigno,morreu em Imperatriz(segunda maior cidade do Maranhão),mais uma criança que aguardava internação em unidade de terapia intensiva(UTI).
Com meningite e parada cardíaca,Mayara Coelho Francelino(8) ,havia conseguido uma liminar na justiça ordenando sua imediata internação,o que não ocorreu devido a falta de leitos.A menina permaneceu internada 18 dias-seis dos quais em coma-no Hospital Municipal Infantil de Imperatriz ,em uma sala abafada e totalmente inadequada para o seu quadro de saúde.
No último dia 27,Mayara foi transferida para UTI de um hospital privado que adaptou um leito adulto para recebê-la.Já era tarde,ela morreria 18 horas depois. Com o falecimento da garota,sobe para 16 o número de crianças mortas -somente esse ano- por falta de UTIs no município.

Há vários anos os Sarneys mantêm um forte poderio político no Maranhão,atualmente o Estado se encontra nas mãos de Roseana Sarney e tem por secretário de saúde,seu cunhado Ricardo Murad.No ano passado,quando precisou retirar um aneurisma no cérebro,Roseana viajou para São Paulo e se internou no hospital Albert Einstein,após a cirurgia ficou em acompanhamento médico na (UTI) .(Não seria melhor uma UTI do Maranhão?) .Menos de um mês depois, foi a vez da matriarca da família buscar auxílio para saúde,Marly Sarney também deixou a luxuosa residência em São Luís,para ser operada no Hospital Sírio-Libanês(SP) após fraturar o ombro em uma queda.

Segundo o Ministério Público do Maranhão,nos últimos 15 meses,59 crianças morreram esperando uma vaga.Mesmo com liminar da justiça obrigando internações,o número de leitos ainda é insuficiente.
Quando Sarney foi eleito para a presidência do Senado,a revista britânica "Economist" destacou os diversos problemas enfrentados pelos maranhenses.A matéria entitulada"onde os dinossauros ainda vagam",chamava atenção para a taxa de mortalidade infantil do Estado :"... de 39 por mil nascidos vivos é 60% mais alta do que a média brasileira".A reportagem também associava o sucesso do coronelismo de Sarney ao fato de sua família possuir veículos de comunicação,entre os quais, uma emisora filiada a Rede Globo,que no meio das novelas"costuma exibir reportagens favoráveis ao clã".

Irônicamente,no site do Governo maranhense a seguinte frase:"Governar é cuidar das pessoas".
Uma prova de que os Sarneys conhecem o que deveriam fazer,e que não fazem simplesmente porque não querem.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Carrefour indeniza vítima de racismo.

Homem que apanhou por ser negro ,recebe indenização de supermercado.
O vigilante da USP e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, agredido dentro do Carrefour de Osasco-SP, no dia 7 de agosto do ano passado
, entrou em acordo com a rede de supermercados e recebeu indenização de valor não divulgado à imprensa.
No dia do absurdo episódio, enquanto sua mulher fazia compras, Januário que é negro, permanecia no estacionamento porque a filha dormia no interior do próprio carro, um Ford Ecosport que pagava em 72 prestações de R$789,00.
Ao abrir a porta do veículo foi confundido com um assaltante pelos seguranças terceirizados da loja, que o espancaram danificando sua protése dentária e causando-lhe uma lesão no maxilar.

Ele também sofreu preconceito por parte dos policiais que atenderam a ocorrência. Além de não acreditarem que estavam falando com o proprietário do carro, chegaram a dizer a seguinte frase: "Você tem cara que tem passagens negão, você no mínimo umas três passagenzinhas você tem, sua cara não nega!".
Confirmada a posse do veículo através de documentos, os Pm's deixaram o mercado sem ao menos prestar socorro.

Segundo o advogado de defesa do vigilante, o acordo: "... não significa que se trata de um ‘final feliz’. Entendemos que um flagrante tão cruel da discriminação racial, na verdade, nunca deveria ter ocorrido.”
Além do pedido formal de desculpas, o Carrefour demitiu funcionários envolvidos no caso e rompeu o contrato com a Empresa Nacional de Segurança Ltda., empregadora dos acusados de terem espancado Januário.

Burocracia:
Apesar do acordo, ninguém foi punido criminalmente e o inquérito policial sequer foi finalizado. Encaminhado para a 2ª Vara Criminal do Fórum de Osasco, a polícia solicitou nova prorrogação do prazo. “Vamos pedir explicação, é absurdo que não tenham terminado o inquérito”, disse Dojival. “Assim, o Ministério Público e a Justiça não podem atuar.”

A não divulgação do valor indenizatório, faz parte do contrato estabelecido entre as partes.

Relembre o caso assistindo ao vídeo:

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Casos envolvendo policiais se arrastam na Justiça.

Policiais envolvidos em crimes
Abusos e violência seguem sem punição.

DANIELA ARBEX
repórter

Três mil trezentos e seis dias. Esse é o tempo que o ex-garçom Alexandre de Oliveira espera por justiça, ou seja, quase uma década. Alvo de uma ação policial equivocada, Alexandre foi preso e torturado por policiais militares e civis, em 2001, para confessar o estupro da filha de 1 ano e 7 meses que nunca aconteceu. Ele não é a única vítima da arbitrariedade. O fato é que há outros processos que se arrastam nas varas criminais há anos sem solução. A morosidade dos casos e a falta de respostas para os desvios de comportamento policial fazem com que agentes indiciados por abuso de autoridade, crime de tortura, entre outros, continuem impunes.
A Tribuna resgatou casos emblemáticos ocorridos na cidade e região nos últimos dez anos e descobriu que os policiais envolvidos em ocorrências de violência, tortura e morte nesse período continuam trabalhando para a corporação. Entre eles, há, inclusive, três PMs indiciados por homicídio. O assunto volta à tona no momento em que um policial militar confessa o assassinato de um montador de móveis, ocorrido no último domingo. Embora não estivesse de serviço, ele teria usado a arma disponibilizada pela instituição durante uma briga.
Preso por engano
Os seis agentes envolvidos na prisão de Alexandre de Oliveira, há nove anos, estão entre os que continuam nas ruas. Em 2001, quando Alexandre tinha 23 anos, ele foi preso sob acusação de estuprar a própria filha. A menina, com apenas 1 ano e 7 meses, sofria, na verdade, de um tumor na área genital, vindo a falecer em 2002 de câncer. Alexandre, que residia em Bom Jardim de Minas, foi levado para a delegacia de Andrelândia e, mediante agressões, obrigado a assinar um termo de confissão de culpa. Mais tarde, laudo do exame de corpo de delito confirmou que ele foi torturado em dependências do Estado. Sua libertação só aconteceu, na época, depois que a Tribuna denunciou os equívocos da ação policial. Cinco agentes públicos militares e um civil foram levados à Justiça, mas o processo está concluído desde junho de 2008 sem receber sentença. O crime corre risco de prescrição.
“Se eles forem condenados por abuso de autoridade não serão punidos, porque já terá ocorrido a prescrição. Mas se forem condenados por tortura, ainda poderão responder pelo que fizeram. No entanto, não acho que justiça tardia seja justiça. Se a sentença tivesse saído logo, quando os fatos ainda estavam em evidência, teria tido muito mais eficácia. O próprio sistema estimula a impunidade. Acho que é necessária a reforma do Código Penal e de Processo Penal. Quando os responsáveis são autoridades, o julgamento precisa ser mais rápido”, comenta Maurínio Santarém, advogado de Alexandre.Ele explica que o processo de indenização movido pelo rapaz contra o Estado está suspenso, aguardando a decisão da sentença criminal. “Passado tanto tempo, o Alexandre não quer mais falar sobre o caso”, diz Maurínio.
Caso de alunos colocados nus sem resposta
Os pais dos 14 alunos colocados nus na sala de aula da Escola Municipal Quilombo dos Palmares, em novembro de 2003, durante uma revista policial, também esperam pela responsabilização dos autores. Os policiais militares foram chamados à escola por causa do desaparecimento de um celular, encontrado, depois, no chão do banheiro do colégio. O fato, revelado pela Tribuna, resultou na denúncia dos PMs pelo Ministério Público Estadual e Militar, por constrangimento ilegal e infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Dois militares envolvidos foram suspensos, mas, até hoje, o caso se arrasta na Justiça Militar. Aos 20 anos, A., que na época tinha 14, tenta esquecer o dia no qual teve que tirar peças de roupa durante a busca na escola. “Foi muito humilhante”, lembra a mãe.
No mesmo ano, o montador Samuel Aureliano da Rocha foi encontrado morto, no Rio Paraibuna, com as mãos algemadas para trás. Funcionário de uma empresa de Jacareí (SP), ele havia sido contratado para participar da montagem de palco na exposição agropecuária, no Jóquei Clube, de onde desapareceu na noite de 10 de agosto de 2003. A apuração do caso indicou que ele havia sido detido por policiais da Cavalaria “sob suspeita de furtar objetos de um carro estacionado na Avenida Brasil”. Em sindicância regular reservada da PM, três militares que participaram da operação foram indiciados por homicídio doloso, por haver provas que “confirmam de maneira inequívoca que eles agiram com flagrante imprudência, culminando com o óbito do rapaz”. O Inquérito Policial Militar (IPM) foi encaminhado para a Justiça Militar que, por tratar-se de crime doloso, remeteu os autos à Justiça comum.
No entanto, não houve abertura de processo, já que o Ministério Público Estadual arquivou o caso, “por não existir indícios para sustentar uma denúncia”. Quanto aos responsáveis pela morte de Samuel, eles sofreram sanções administrativas. “A PM tomou todas as medidas cabíveis. Mas a punição penal cabe à Justiça Militar ou comum, dependendo da competência. Pelo código de ética policial, para haver demissão por prática de crime é necessária uma sentença penal condenatória transitada em julgado, o que não aconteceu. Só depois disso, temos elementos para analisar a conveniência ou não da permanência desse policial na instituição”, explica o assessor de comunicação organizacional da 4ª Região da Polícia Militar (RPM), major Sérgio Lara.
Outro caso emblemático ocorreu em 2005, quando o jovem Michel Wagner de Aquino, 18 anos, furou uma blitz na Zona Norte por não ter carteira de habilitação para moto. Perseguido por viatura da PM, ele morreu durante a perseguição, ao ter a cabeça esmagada por um ônibus. No entanto, laudo pericial apontou que o óbito foi provocado pelo policial que conduzia a viatura, uma vez que o veículo teria atingido “uma ou mais vezes” a traseira da moto.
Segundo Lara, a PM não compactua com qualquer forma de violência ou agressão. “Nossa missão é promover a paz social.”
Professor diz ter sido agredido dentro de casa
Em Juiz de Fora, nos últimos 15 meses, mais de 30 inquéritos foram instaurados pela Polícia Civil para apurar a participação de agentes militares e penitenciários em situações de violação de direitos, mas os registros de maus-tratos e violência continuam crescendo. Em um episódio ocorrido na semana passada, um professor de química de 35 anos passou por exame de corpo de delito sem, no entanto, ter conseguido registrar boletim de ocorrência. Com ferimentos pelo corpo, ele diz ter sido agredido dentro da sua moradia por um soldado da 32ª Companhia. O problema teria começado depois que o professor discutiu com um caminhoneiro que estacionou seu veículo em frente ao imóvel onde mora, bloqueando a garagem. O motorista não teria atendido o pedido de retirada do caminhão e, diante da confusão, a polícia foi acionada. “O policial já chegou no local me chamando de verme. Depois de tantas ofensas verbais, ele arrombou o portão da minha casa, me atingindo com chutes, socos e tapa na cara. Fui algemado, colocado dentro da viatura, sendo negado o meu direito ao corpo de delito. Eles me deixaram no HPS alegando que eu estava em crise de abstinência. Estou me sentindo ofendido na minha cidadania. Infelizmente, na periferia, policiais como esse são juízes, promotores e até carrascos”, desabafa.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde confirmou que o professor deu entrada no HPS no dia 27 de janeiro, no início da tarde. Lá ele passou por avaliação da psiquiatria, sendo liberado em seguida. Orientado na Delegacia de Polícia, no dia 29 de janeiro, a registrar ocorrência, o professor procurou o posto da PM próximo ao Shopping Santa Cruz. Lá, foi encaminhado para a 32ª Companhia, em Santa Luzia, por ser a região onde mora. “No entanto, não me deixaram registrar o boletim de ocorrência. Um cabo me empurrou, me deu tapas na nuca e me mandou ir embora. Tenho medo até de sofrer retaliações, mas não vou abrir mão de denunciar tudo isso.” O assessor de comunicação organizacional da 4ª Região da Polícia Militar (RPM), major Sérgio Lara, disse que fará um relatório ao comando para instauração de sindicância e apuração da veracidade da denúncia.
Um relatório de investigação preliminar foi instaurado para apurar a denúncia da doméstica Sandra, cuja família teria sido vítima de policiais militares, em outubro do ano passado, depois que um jovem que acabava de assaltar um supermercado invadiu a casa onde morava na Vila Paraíso. Seguido pelos militares, o assaltante e todos os residentes do imóvel foram rendidos. A doméstica afirma que o marido e os filhos sofreram choques elétricos e agressões para que “confessassem” a participação no crime. O engano só foi desfeito horas depois, mas o trauma ainda acompanha a família.
Um inquérito policial investiga o caso, e testemunhas estão sendo chamadas para depor. No entanto, na PM, o caso foi arquivado por falta de provas. A justificativa é que “o queixoso, após ser notificado para audição, não compareceu”. Sandra chegou a ligar para a corporação, a fim de justificar a ausência do marido. “Ele trabalha como porteiro e, no dia marcado, não pôde faltar ao serviço. Me disseram que não tinham como remarcar. Mas faço questão que eles sejam punidos, porque não podem continuar entrando na casa dos outros e fazendo o que quiserem. Enquanto nós, pessoas trabalhadoras, somos punidas, bandidos contam com inúmeras regalias.”
‘Essa é a categoria de trabalhadores públicos mais sofrida do país’
Só no ano passado, o Ministério Público denunciou na Justiça, 660 policiais e agentes em todo o estado. Já a corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social recebeu 921 denúncias contra agentes penitenciários, 51% a mais do que em 2008. Ao todo 8.548 PMs foram denunciados pela corregedoria no ano passado por motivos diversos, o equivalente a 18,5% do efetivo.
Celma Tavares, mestre em ciências políticas pela UFPE, considera o desvio de conduta policial uma ameaça a democracia. “A violência policial é um fato, basta lembrar Carandiru, Candelária, Eldorado dos Carajás, não um caso isolado ou um “excesso” do exercício da profissão como querem fazer crer as corporações policiais e as autoridades ligadas ao sistema de Justiça e segurança. E, em se tratando de um fato concreto, deve ser encarada como um grave problema a ser solucionado, porque a violência ilegítima praticada por agentes do Estado, que detêm o monopólio do uso da força, ameaça substancialmente as estruturas democráticas necessárias ao Estado de Direito.”
A secretária geral do Instituto Carioca de Criminologia e professora convidada do curso de pós-graduação em criminologia e direito penal do Instituto Superior do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Vera Malaguti, reconhece a necessidade de se conter a truculência policial, mas argumenta que o debate em torno do tema deve ser mais profundo e ir além da questão da punição penal.
“A nossa concepção de ordem pública é uma concepção que produz na corporação policial uma mentalidade truculenta. Quando o policial mata alguém da classe baixa, a classe média aplaude, mas se vítima pertence a essa mesma classe, é pedida a punição. Penso que, atualmente, essa é a categoria de trabalhadores públicos mais sofrida do país, com um alto índice de doenças psíquicas. Isso porque o policial militar acaba atendendo todos os sistemas públicos que não funcionaram. Quando tudo falha, ele é obrigado a lidar com a nossa calamidade social. Uma sociedade que precisa tanto de polícia é sinal de que alguma coisa está errada no país. Para se ter um policial diferente, é preciso ter um projeto de cidade diferente, porque a tragédia brasileira existe dos dois lados”, pondera.
JORNAL TRIBUNA DE MINAS EDIÇÃO domingo 07/02/2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Policial Militar mata homem em Juiz de Fora.

PM confessa crime, mas alega disparo acidental
O sargento da Polícia Militar Hércules Benitez Amâncio, 30 anos, confessou ontem o assassinato do montador de móveis Sidnei Fabio Soares, 26, ocorrido na noite de domingo, na Avenida dos Andradas, no Morro da Glória. No entanto, em seu depoimento, alegou que o disparo teria sido acidental. O sargento se apresentou à Polícia Civil ontem, por volta do meio dia. Como já havia passado o prazo do flagrante, foi ouvido e liberado. De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Rodolfo Rolli, será pedida a prisão preventiva do suspeito. Ele deverá ser enquadrado por homicídio doloso, triplamente qualificado, por motivo fútil, torpe e meio cruel, que impossibilitou a reação da vítima. A pena para esse tipo de crime varia de 12 a 30 anos de prisão.

A versão do disparo acidental é contestada pelo delegado, já que a trajetória da bala que acertou a cabeça de Sidnei sugere que o policial estaria com a arma em punhos e apontada para a vítima. O resultado da necropsia pode ajudar a esclarecer o fato. Já o laudo de local apontou que mais de um disparo foi efetuado.

Segundo os depoimentos colhidos até agora, no dia do crime, Hércules estaria em um bar, acompanhado de três amigos. Após o policial deixar o local, os amigos teriam se envolvido em uma briga com Sidnei e uma outra pessoa, que estaria com ele. Quando retornou ao bar, o policial teria descido do veículo em que estava e efetuado os disparos. Após o homicídio, o atirador fugiu em um Vectra, mas teria deixado para trás um carregador de pistola ponto 40, de uso exclusivo das Forças Armadas e das polícias.

No início da próxima semana, as três pessoas que acompanhavam o policial no dia do crime devem ser ouvidas. Segundo Rolli, como “não há dúvidas da autoria e das circunstâncias nas quais o crime foi cometido”, não haverá necessidade de reconstituição. O inquérito deve ser concluído até o meio da semana que vem.

Hércules é policial militar há oito anos e atua no 27º Batalhão. A PM informou que abrirá processo administrativo para apurar os motivos pelos quais o policial estava em posse da arma durante o período de férias.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Boris Casoy humilha a classe dos garis no Jornal da Band.

ISSO É UMA VERGONHA !!!
 

Confesso que sempre considerei o Boris Casoy um exemplo no jornalismo brasileiro e nunca imaginei que o criticaria futuramente em meu blog.
Só que desta vez infelizmente ele pisou na bola, escorregou e caiu feio !
Na edição do Jornal da Band, no último dia 31, Boris ofendeu a classe dos garis (profissionais responsáveis pela limpeza do espaço público).

O lamentável fato ocorreu depois que uma mensagem de ano novo, gravada com dois desses profissionais, foi ao ar entre o anúncio das matérias do proxímo bloco e a chamada para o intervalo. Acreditando estar em off, o âncora do jornal soltou a voz de uma forma preconceituosa contra a categoria: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho."

Com a repercussão da gafe em portais da internet [através do própio vídeo] , e também em outros veículos de comunicação, não restou a Boris outra alternativa a não ser pedir desculpas no primeiro Jornal da Band de 2010. Para se redimir com o público, o apresentador disse:

"Ontem durante o intervalo do jornal da Band, num vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz que ofendeu os garis. Por isso quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do Jornal da Band"
Meu comentário:

É decepcionante ouvir uma frase tão maldosa como essa, principalmente vinda de um renomado jornalista a quem você admirava, que ao longo dos anos tem se destacado por representar a indignação do povo através de suas opiniões fortes e marcantes, sobre diversas barbaridades cometidas em nosso país.

Os garis como funcionários públicos são tão importantes quanto os médicos do SUS, policiais, bombeiros e etc. A turma trabalha o ano todo debaixo de sol quente, chuva forte e frio. sem eles a cidade é literalmente um lixo ! Aqui em Juiz de Fora costumam trabalhar até mesmo no feriadão, e acredito que em outras cidades não seja diferente.

Nunca imaginei que um dia teria que usar um bordão do Boris para criticar o própio, mas agora sou obrigado a dizer : Desvalorizar essa classe de profissionais, "isso é uma vergonha !"
 Bóris morreu para mim em 31/12/ 2009