sexta-feira, 29 de abril de 2011

Casamento Real? Tá,e daí ?

É até aceitável que a imprensa brasileira noticie o casamento entre o príncipe William e Kate Middleton,na Inglaterra. O que não dá para entender é o fato dessa mesma imprensa tentar transformar a tal cerimônia em um grande espetáculo nacional,enfiando o assunto goela abaixo em um público que não tem absolutamente nada a ver com a monarquia britânica.

Em minha opinião esse evento é totalmente irrelevante para o país,e digo sem medo de errar que 90% dos brasileiros não devem estar se importando nenhum pouco com ele.Será que as nossas emissoras de tv acham que os chefes de família irão cancelar seus compromissos para assistir a chegada dos noivos ao altar? É lógico que não vão !
Diferente da Família Real (que vive às custas do povo britânico),os lares brasileiros são sustentados pelo trabalho diário e individual de cada pai e mãe de família.

É difícil saber de onde a mídia aqui arruma tanto prestígio para uma forma de governo ultrapassada que só trás prejuízos aos cofres públicos.
Se em uma república já é duro ter que arcar com as despesas exorbitantes de nossos políticos,imagina só se tivéssemos que bajular monarcas que passam todo o tempo sentados à porta dos obséquios,como o rei de "O Conto da Ilha Desconhecida",escrito por José Saramago .

Graças a Deus a nossa monarquia já se foi há 122 anos. Mesmo assim ainda existem membros da família imperial recebendo impostos sobre a venda de imóveis e terrenos de determinados lugares do país,como mostra o vídeo abaixo:

Matéria exibida no SBT:

domingo, 10 de abril de 2011

O Massacre de Realengo

Lamentável ! Assim podemos definir o atentado contra crianças na Escola Municipal Tasso da Silveira,ocorrido na última quinta feira(07),em Realengo,no Rio de Janeiro.O fato chocou todo o país,não somente pela frieza do autor ou idade dos envolvidos,mas também por não ser um acontecimento "comum" por aqui,como já pode ser considerado em determinados países do exterior.
Embora existam fortes indícios de fanatismo religioso em uma carta deixada pelo assassino,dificilmente alguém conseguirá explicar ao certo o que o motivou a praticar tamanha barbárie.Especialistas acreditam que o episódio pode estar associado ao diagnóstico de esquizofrenia,mas também não descartam a possiblidade de um ódio mortal adquirido em decorrência do bulling que,segundo colegas,marcou a vida escolar de Wellington Menezes .

Poderíamos estar discutindo aqui a questão da segurança na escola ou defendendo um policiamento exclusivo para cada instituição de ensino,como erroneamente fizeram alguns veículos de comunicação.Mas é importante lembrar que esse tipo de atentado é imprevisível,e nenhum estado brasileiro teria efetivo policial suficiente para cobrir todos os colégios existentes.
Nem mesmo a polícia dos EUA-considerada uma das melhores do mundo- conseguiu evitar tragédias semelhantes.

O que se pode questionar nessa história toda é a facilidade com que qualquer pessoa consegue comprar armas de fogo,dispositivos e munições do comércio clandestino no país.Apesar da Lei 10.826 de 22/12/2003(Estatuto do desarmamento) tentar controlar a circulação e posse desses objetos,eles constantemente entram escondidos por nossas fronteiras,são desviados de quartéis da polícia ou depósitos de fóruns,e até mesmo roubados de pessoas que possuem o chamado "porte legal".
O mais assustador é que ninguém-nem mesmo as autoridades- sabem com exatidão a quantidade de armas"frias" no Brasil.

Pode ser assustador mas a verdade é uma só: Se de hoje para amanhã algum maluco quiser repetir o "Massacre de Realengo",basta comprar sua arma de fogo na esquina mais próxima.
Aí,salve-se quem puder !

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tribunal de rua

Mulher vê execução feita por policiais e denuncia para a própia polícia.
Ontem,os principais noticiários do país mostraram a coragem de uma mulher que presenciou e denunciou um assassinato cometido por policiais militares em Ferraz de Vasconcelos,na Grande São Paulo. A testemunha visitava o túmulo do pai quando os Pm's entraram no cemitério com a viatura,tiraram a vítima do veículo e em seguida a executaram com um tiro.

No mesmo momento,com os assassinos ainda por perto,a mulher pegou o celular e entrou em contato com o 190. O atendente então perguntou se ela estava conseguindo visualizar a placa ou o prefixo da viatura envolvida no crime,enquanto a testemunha repassava os dados solicitados um dos militares percebeu a presença dela e começou a caminhar em sua direção.
Ao invés de se amedrontar a mulher iniciou uma discussão ao vivo com o policial,a ligação foi gravada pelo Centro de Operações da Polícia Militar(Copom). Mesmo com as provas incontestáveis os militares alegaram que o homem havia resistido a prisão e teria sido morto durante uma troca de tiros com eles.

Apesar de assustador esse tipo de acontecimento é mais comum do que se pode imaginar no Brasil.As instituições policiais do país estão abarrotadas de justiceiros que unidos formam verdadeiros grupos de extermínios e criam o que se pode chamar de "Tribunais de rua". Diariamente vários criminosos,suspeitos e até mesmo inocentes são detidos,julgados e condenados sem ter direito a qualquer tipo de defesa na "Justiça Paralela".
Alinhar ao centroGostem os justiceiros ou não,o Brasil tem um Código Penal que não prevê a "pena de morte" e precisa ser respeitado.O papel da polícia é prender e apresentar na delegacia,quem tem o poder de proferir a sentença,seja ela qual for, é o juíz.
O Estado não pode mais tolerar essas execuções e precisa investigar com seriedade todos os casos classificados como "resistência seguida de morte",que por sinal não são poucos.
Enquanto houver conivência,corporativismo e impunidade,não faltarão réus para os "Tribunais de rua".
Reportagem da Band sobre o assassinato no cemitério.

domingo, 3 de abril de 2011

José Alencar,uma história de sucesso.

Talvez por ser um assunto temido por muitos,cercado de mistérios ou associado a sentimentos religiosos,a morte tem o incrível poder de arrancar elogios até para aquelas pessoas que foram duramente criticadas durante toda a sua vida. Quem não conhece um vilão que se transformou em herói depois que partiu deste mundo?

Por isso acho muito difícil a tarefa de escrever sobre alguém que já se foi,pois,por mais sincero que você esteja sendo sempre terá alguém para dizer: "Ah !, você só diz isso porque fulano morreu". Esse texto pode ser considerado uma breve homenagem para José Alencar,garanto que não foi escrito com hipocrisia e nem se trata de um reconhecimento pós-mortem.

Alencar é um homem que serve de exemplo para todos os brasileiros e um orgulho especial para aqueles nascidos em Minas Gerais.Uma pessoa que soube construir sua história de sucesso na passagem aqui pela terra e tem motivos de sobra para ser admirado. Um político rico sim,mas que não se valeu da política para obter riquezas. De origem pobre,começou a trabalhar cedo e se tornou um dos empresários mais bem-sucedidos do país com a sua "Coteminas",maior empresa do mundo no setor têxtil,avaliada em 1 bilhão de Dólares no mercado econômico.

Ingressou na vida pública como senador e atuou como ministro da Defesa e vice-presidente da república no governo Lula,seu nome nunca esteve envolvido em escândalos políticos.
José Alencar também se mostrou um exemplo de força na luta contra o câncer,ele enfrentou 17 cirúrgias para combater a doença.Entre internações e altas,fez do bom humor a sua marca registrada ao conversar com a imprensa nas dependências do hospital.

Em uma entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim na Record,com uma frase muito interessante,Alencar revelou que não temia a morte: "Eu não tenho medo da morte,eu tenho medo é da desonra. Porque o homem honrado,especialmente o homem que milita na vida pública,honrado,ele não morre nunca. Agora,se ele for um camarda desonrado ele morre em vida".

José de Alencar não tinha nenhum motivo para temer a desonra. Utilizando a mesma frase que teria sido escrita pelo presidente Getúlio Vargas em sua "carta-testamento",podemos dizer que Alencar conseguiu "sair da vida para entrar na história".