segunda-feira, 29 de março de 2010

Carrefour indeniza vítima de racismo.

Homem que apanhou por ser negro ,recebe indenização de supermercado.
O vigilante da USP e técnico em eletrônica Januário Alves de Santana, agredido dentro do Carrefour de Osasco-SP, no dia 7 de agosto do ano passado
, entrou em acordo com a rede de supermercados e recebeu indenização de valor não divulgado à imprensa.
No dia do absurdo episódio, enquanto sua mulher fazia compras, Januário que é negro, permanecia no estacionamento porque a filha dormia no interior do próprio carro, um Ford Ecosport que pagava em 72 prestações de R$789,00.
Ao abrir a porta do veículo foi confundido com um assaltante pelos seguranças terceirizados da loja, que o espancaram danificando sua protése dentária e causando-lhe uma lesão no maxilar.

Ele também sofreu preconceito por parte dos policiais que atenderam a ocorrência. Além de não acreditarem que estavam falando com o proprietário do carro, chegaram a dizer a seguinte frase: "Você tem cara que tem passagens negão, você no mínimo umas três passagenzinhas você tem, sua cara não nega!".
Confirmada a posse do veículo através de documentos, os Pm's deixaram o mercado sem ao menos prestar socorro.

Segundo o advogado de defesa do vigilante, o acordo: "... não significa que se trata de um ‘final feliz’. Entendemos que um flagrante tão cruel da discriminação racial, na verdade, nunca deveria ter ocorrido.”
Além do pedido formal de desculpas, o Carrefour demitiu funcionários envolvidos no caso e rompeu o contrato com a Empresa Nacional de Segurança Ltda., empregadora dos acusados de terem espancado Januário.

Burocracia:
Apesar do acordo, ninguém foi punido criminalmente e o inquérito policial sequer foi finalizado. Encaminhado para a 2ª Vara Criminal do Fórum de Osasco, a polícia solicitou nova prorrogação do prazo. “Vamos pedir explicação, é absurdo que não tenham terminado o inquérito”, disse Dojival. “Assim, o Ministério Público e a Justiça não podem atuar.”

A não divulgação do valor indenizatório, faz parte do contrato estabelecido entre as partes.

Relembre o caso assistindo ao vídeo:

2 comentários:

Danilo disse...

E a história se repete, se reproduz, se multiplica. Um absurdo que se naturaliza, se fetichiza, se coisifica...e aí estamos...num barril de pólvora prestes a explodir, onde encontramos as disparidades - criadas e acentuadas pelo próprio sistema capitalista - num nível muito sério, onde observamos um condomínio fechado ao lado de uma favela, onde as pessoas são vistas como coisas e não como seres humanos, a violência sempre recorrendo à justificativas "super pertinentes"...

Jussara disse...

E assim caminha a (DES)humanidade