sábado, 5 de novembro de 2011

Um pouco mais sobre a Líbia.

Na postagem anterior abordei a questão da democracia na Líbia após a queda de Muamar Kadafi. Chamei atenção para os interesses econômicos da OTAN nas reservas de gás e petróleo do país e também para o fato do Conselho Nacional de Transição (CNT), ser composto por pessoas que durante vários anos governaram com o ex-ditador.

Na última segunda-feira, Anders Fogh Rasmussen, chefe da OTAN, fez uma visíta surpresa a Trípoli e se reuniu com os novos dirigentes líbios. Essa atitude só comprova os interesses econômicos do grupo nas riquezas que a Líbia tem a oferecer.

Também nesta semana, uma reportagem do  "Washington Post" mostrou as dificuldades que o CNT  está  enfrentando para formar um exército e ser aceito pelos líbios como governo oficial. Segundo o jornal, a Líbia tem hoje cerca de 300 milícias muito bem equipadas com armas saqueadas do galpão que pertenceu a Kadafi, parte desses milicianos lutaram para derrubar o ex-ditador e agora não aceitam que aqueles que atuavam ao lado dele retornem ao poder.

É o que revelou o porta-voz de uma milícia islâmica de Trípoli, Anis Sharif : "Criar um novo Exército, um novo governo, não será algo feito por meio de um comunicado oficial ou uma resolução. Precisa ser negociado, após tanto sacrifício não queremos ver as mesmas caras no poder".

O jornal americano também trouxe uma denúncia feita pela  ONG  Human Rights Watch (HRW), segundo a instituição  as milícias rebeldes da cidade de Mistrata estariam "aterrorizando" moradores de Tawergha, sob acusação de serem simpatizantes de Kadafi.

Como podemos ver a crise na Líbia ainda está bem longe do fim, mas o país  ficou do jeito em que os interventores esperavam: frágil, todo dividido e completamente dependente. 

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