domingo, 20 de novembro de 2011

Negros, a luta não para.

Leila Lopes, angolana eleita Miss Universo 2011
Hoje, quando se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra, aproveito a oportunidade para escrever um pouco sobre racismo, desigualdades e conquistas.Quero começar esse texto apresentando argumentos que derrubam a ideia de que o preconceito em nosso país é "coisa do passado" , "pretexto para ganhar dinheiro na Justiça", ou qualquer outro termo  empregado por pessoas que  enxergam "normalidade" em situações claras de desrespeito.

Um dos problemas mais graves e antigos, é a questão (negro X polícia). No Brasil, além de muitas vezes serem vítimas de abordagem diferenciadas nas ruas e demais locais públicos, os negros também encabeçam a lista de pessoas assassinadas por policias em situações no mínimo estranhas, são aquelas ocorrências usualmente classificadas como "resistência seguida de morte". Apesar de ser uma situação conhecida pelas autoridades de nosso país, pouca coisa é feita no intuito de mudar esse quadro .

Outro tipo de preconceito antigo, e ao mesmo tempo, cada vez mais atual, é aquele praticado pela mídia , grifes famosas, agências de moda e afins. Há uma resistência por parte desses grupos em contratar e dar visibilidade a profissionais afrodescendentes, tem empresas mais hipócritas que até contratam dois ou três, mas é só para passar a ideia de "responsabilidade social".

Tomando como exemplo a televisão, é um erro dizer que os negros conquistaram espaço na telinha só porque alguns aparecem na novela ou como jornalistas, o que são dois ou três perto da quantidade de profissionais da mesma cor que não recebem oportunidades?
Ainda tratando desse assunto, você já reparou que nas produções brasileiras as pessoas pretas só interpretam personagens de escravos, malandrões ou  subempregados ? Por que é que a novela nunca coloca o negro como um médico ou empresário honesto bem sucedido? Se os autores não sabem, eles existem.

Em relação ao emprego, também é preciso acabar com as diferenças salariais por raça no Brasil, segundo o Censo 2010, em algumas regiões do país os negros e pardos recebem apenas um sexto dos salários pagos aos brancos.

Para não dizer que não falei de flores, deixei dois comentários positivos para o final do texto. A eleição da angolana Leila Lopes como Miss Universo 2011, em setembro, deu ao mundo uma importante contribuição contra o racismo, e assim como a eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos, mostrou que  não existe limites para os afrodescendentes.

A outra boa nova é que os negros estão se valorizando cada vez mais, esse fato também pôde ser comprovado pelo Censo 2010, que registrou pela primeira vez um aumento no número de pessoas que se declararam negras ou pardas.

Jornal da Record: Censo 2010 revela que 
mais pessoas se consideram negras e pardas no Brasil

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