segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Justiça inocenta policial que "confundiu" furadeira com arma e assassinou morador no Rio

Foi com muito espanto que recebi a notícia da absolvição do cabo Leonardo Albarello, policial do Bope que matou um cidadão inocente ao confundir a furadeira que este usava com uma metralhadora. 
A desastrosa ação policial aconteceu em maio do ano passado, no "Morro do Andaraí", Zona Norte do Rio de Janeiro. O fiscal de supermercado Hélio Barreira Ribeiro, de 47 anos, consertava um toldo no terraço de casa quando foi atingido no pulmão por um tiro certeiro de fuzil 7.62 .

Na sentença proferida na manhã desta segunda-feira, o juíz Murilo Kieling, da 3ª Vara  Criminal do Rio, declarou que as circunstâncias induziram o PM a um "erro inevitavel".
" deve ser ressaltado que a distância, a influência dos raios solares e a presença de vasos do tipo xaxim pendurados no terraço não permitiam que o acusado tivesse certeza na identificação do objeto que Hélio segurava"

Não dá para deixar se levar por esse papinho do juíz  de "erro inevitável" .Como assim "inevitável" ?  Ora, um policial de elite tem a obrigação de saber diferenciar uma arma de qualquer outro tipo de instrumento, se a distância e outros fatores o atrapalhava a ter  "certeza na identificação" do objeto, então que não atirasse no morador. Essa seria a atitude mais sensata para o momento.

Será que a decisão do juíz seria a mesma se a situação tivesse ocorrido em um bairro de classe média, e o pai de família assassinado fosse um empresário que estava fazendo algum reparo em sua residência? 
A polícia não pode sair atirando indiscriminadamente a torto e a direita só porque está em uma região com histórico de conflitos. A absolvição desse cabo do Bope hoje, é um incentivo para que outros policiais sejam imprudentes nas proxímas operações. Qualquer barulho de porta se abrindo vai ser motivo para sair metendo bala.

Antes de terminar o texto eu me recordei de um caso semelhante ao da furadeira.
Em 2009, policiais do  Grupo de Operações Especias (GOE) da Polícia civil paulista, atiraram no  vendedor André Luiz de Souza durante a abordagem do táxi em que ele viajava. Na ocasião a culpa foi atribuída ao guarda-chuva que o rapaz carregava. Os agentes também disseram ter "confundido" o vendedor com um assaltante.

Veja a arte feita pelo portal do Jornal "O DIA"   
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