Onda de fusões entre empresas ameaça a livre concorrência, CADE tem se mostrado um orgão enfraquecido e submisso aos grandes grupos empresariais.
Há muito tempo venho querendo escrever sobre a fusão de empresas no Brasil, e o momento agora é mais que oportuno para tocar no assunto. É que nesta quarta-feira (14), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a fusão das companhias aéreas TAM e LAN, e também entre as empresas Citrosuco e Citrovita, duas grandes fabricantes de suco de laranja. Com a decisão, está autorizada a criação da "Latam Airlines" (maior companhia aérea da América Latina), e a formação da maior produtora mundial de sucos de laranja.
Há muito tempo venho querendo escrever sobre a fusão de empresas no Brasil, e o momento agora é mais que oportuno para tocar no assunto. É que nesta quarta-feira (14), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a fusão das companhias aéreas TAM e LAN, e também entre as empresas Citrosuco e Citrovita, duas grandes fabricantes de suco de laranja. Com a decisão, está autorizada a criação da "Latam Airlines" (maior companhia aérea da América Latina), e a formação da maior produtora mundial de sucos de laranja.
Nos últimos anos, práticas como essas caíram no gosto de renomados grupos empresariais. A estratégia visa somar riquezas para favorecer a construção de um território cada vez mais sólido e bem demarcado no ramo em que atuam. E é justamente aí que moram os problemas. Esse "casamento" entre grandes empresas diminui a concorrência no mercado, o que na maioria das vezes implica no aumento de preços, queda na qualidade dos serviços prestados e até mesmo em demissões.
Podemos tomar como exemplo a fábrica de chocolates Nestlé, que em 2002 comprou a Garoto por 566 milhões de dólares, e hoje briga na Justiça para manter a posse sobre a mesma . Estou cansado de ver a caixa de bombom amarela com o mesmo preço da azul nas prateleiras das lojas, principalmente em época de Páscoa. Hoje, as duas marcas juntas somam 65% de participação em alguns mercados.
Em 2004, o CADE bateu o pé e rejeitou a união das gigantes do chocolate, mas ultimamente o Conselho parece não estar tão disposto a contrariar grupos poderosos. De um tempo para cá, ao invés de vetar uma fusão prejudicial para a livre concorrência, virou moda órgão conceder aprovação "com restrições".
Todos nós, consumidores, só temos a perder com essa passividade.
O Sociedade em Foco realizou um levantamento de fusões realizadas no país nos últimos anos.
CONFIRA:
Setor alimentício:
*Nestlé e Garoto (28/02/2002)
*Sadia e Perdigão(19/05/2009)
*Citrosuco e Citrovita (14/05/2010)
Setor varejista:
*Grupo Pão de Açucar (Pão de Açucar, Extra,Assaí,Ponto Frio) e
Casas Bahia (04/12/2009)
*Ricardo Eletro e Insinuante (29/03/2010)
*Magazine Luíza e Lojas do Baú (29/07/2011)
Setor farmacêutico:
*Droga Raia e Drogasil (02/08/2011)
*Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco (30/08/2011)
Setor bancário:
*Santander e Real (09/10/2007)
*Itaú e Unibanco (03/11/2008)
Setor aéreo:
*Gol e Varig (28/03/2007)
*TAM e Lan (13/05/2010)
Telecomunicação:
*Sky e DirecTV (11/10/2004)
*Oi e Brasil Telecom (25/04/2008)
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