O caso do menino Juan Moraes (11), morto por policiais militares na favela do Danon,em Nova Iguaçu,na Baixada Fluminense,mais uma vez tráz a tona a questão da violência policial nas periferias,uma situação antiga e cada vez mais presente na vida de pessoas completamente desassistidas pelo poder público.Durante vários anos a imprensa nacional e autoridades do Legislativo,Executivo e Judiciário observam (e só observam) a multiplicação dos eventos de humilhação,tortura e execuções sumárias em comunidades carentes,principalmente contra indivíduos negros.
Muitas vezes esses acontecimentos até causam algum tipo de comoção social e chegam a tomar conta dos noticiários por alguns dias,mas o grande problema é que em questão de pouco tempo,todas as vítimas perdem sua identidade e transformam-se em apenas mais um número de um processo engavetado,nos empoeirados e mofados arquivos da Justiça.Um número que só serve para aumentar as estatísticas da violência .
O Brasil peca por ser tolerante demais com a truculência policial,por não ter a capacidade de aprender com seus erros.Do caso Favela Naval(SP) ,em 1995,até o atual Caso Juan,na Favela do Danon(RJ),o que foi feito para barrar a violência das forças de segurança do estado contra inocentes? Acertou quem disse "nada".Uma prova de que o respeito aos Direitos Humanos não existe por aqui.
Acredito que o nosso modelo de polícia e policiamento deve ser repensado urgentemente.Você já parou para pensar em quantas vezes ouviu da imprensa a clássica frase?: "Segundo a polícia todos os mortos eram bandidos".
Para reflexão ,deixo aqui o videoclipe da musíca "Minha Alma(A Paz que eu não quero)",composta por Marcelo Yuka.Dirigido por Kátia Lund,ele é uma das melhores obras de protesto contra a violência policial nos morros brasileiros. Essa verdadeira vergonha que o país assiste de braços cruzados.
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