terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mubarak lá,Sarney aqui.

A julgar pela 4ª eleição de José Sarney(PMDB-AP) para a presidência do Senado,podemos afirmar que não há muito,ou, porque que não dizer-nada- o que se esperar em relação a medidas que visem a moralização daquela casa.A falta de outras candidaturas alternativas e a esmagadora vitória do coronel maranhense contra seu único oponente na disputa,Randolfe Rodrigues(PSOL-AP),representa o enorme desejo da maioria dos parlamentares de deixar tudo como sempre esteve,uma verdadeira "casa da mãe Joana",ou "casa de horrores"como bem definiu a revista britânica The Economist.

Para quem não se lembra,a última administração de Sarney no Senado foi marcada por uma série de escândalos.A revelação dos chamados"atos secretos"apontaram,entre outras coisas,um forte esquema de nepotismo,acordos e privilégios financeiros ilícitos que beneficiavam sobretudo ao senador e seus próprios familiares.
Com a explosão dessa crise outras atitudes criminosas do político foram aparecendo.Descobriu-se que Sarney registrou terras de sua propriedade em nome de terceiros para não pagar impostos,não declarou a Justiça Eleitoral sua mansão avaliada em R$ 4 milhões e ainda mantinha contas irregulares no exterior.

Todas essas acusações poderiam ter resultado na cassação do mandato do senador,mas as denúncias foram arquivadas pelo (conselho de ética ? ) da casa devido a interesses comuns.
Como podemos ver,além de ter escapado impune Sarney saiu fortalecido da crise. Agora ele está de volta a presidência com o voto e apoio de 70 colegas que o consideram símbolo da moralidade,ética e decência nacional.
É triste dizer,mas não foi dessa vez que o Brasil se livrou de seu Hosni Mubarak.

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