domingo, 13 de setembro de 2009

Tragédia de Heliópolis.

Tiro que matou garota foi disparado por guarda municipal.
O que a comunidade de Heliópolis já havia dito foi confirmado pelo laudo de balística do IC(Instituto Criminalística).A bala que matou a estudante Ana Cristina de Macedo,17 anos na noite do último dia 31,saiu do revólver calibre 38 do guarda municipal Vicente Pereira Passos de 45 anos e a arma pertence a corporação.

O delegado responsável pelo caso, Gilmar Pasquini Contrera, do 95º DP (Cohab Heliópolis),disse que Vicente irá ser indiciado por homicídio culposo(quando não há a intenção de matar).
Para o delegado "Ele não teve a intenção de matar. Pretendia acertar o ladrão, mas acabou acertando uma inocente. Não deu só um disparo. Foram três ou quatro. Então, ele será indiciado e vai responder ao processo por ter sido imperito e por ter havido excesso em sua conduta"
Segundo Gilmar não cabe o pedido de prisão temporária ou preventiva para o guarda.

A mãe da menina não tinha dúvidas a respeito da autoria do disparo:"Sempre tive a certeza de que quem tirou a vida de minha filha foi um desses bandidos de São Caetano do Sul, que entraram em Heliópolis atirando",
"Agora, o delegado dizer que não houve intenção de matar é um absurdo. Esse monstro atirou no pescoço da minha menina à queima-roupa".
Francisca não se conforma com o fato de o guarda-civil Vicente Passos ter confundido sua filha com uma criminosa. "Uma menina tranquila, tímida até demais, não fazia mal ninguém."

Ponto de vista:
Quando a população de Heliópolis saiu para protestar pela morte da garota, a Polícia disse que a manifestação teria sido organizada por traficantes, que através de panfletos ofereceram cestas básicas para quem participasse.
Seria uma forma "... de desgastar a imagem da PM e torná-la antipática perante a população".

Parte da imprensa por sua vez acreditou nessa versão, noticiando sem ao menos ouvir o lado de uma comunidade que vive cansada de ver os "homens da lei" entrarem na favela atirando.
Somente o Domingo Espetacular da Rede Record,através do jornalista Paulo Henrique Amorim, conheceu de perto a situação daquele pessoal.
Por que as emissoras de televisão que que destacaram os protestos e passaram a imagem de uma comunidade manipulada por criminosos , não vai agora atrás da Guarda Municipal e cobra a responsabilidade pela morte de Ana Cristina?

O guarda vai ficar impune,a garota morta virou um número e agora é só mais uma na lista da incompetência do Estado,as autoridades seguem com sua "licença para matar favelados" e a Justiça segue cega,surda e muda.
E a imprensa? esta simplesmente desaparece nessas horas.

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