sábado, 7 de março de 2009

Favela Naval 12 anos

Quando a farda esconde um bandido !

Um dos maiores escândalos de violência policial no Brasil está completando 12 anos.Era março de 1997, quando o país tomou conhecimento das barbáries promovidas por policias do 24º Batalhão da PM de Diadema-SP, contra os moradores da Favela Naval.

As imagens feitas pelo cinegrafista amador Francisco Romeu Vanni flagraram dez PM’s que usavam do poder concedido pelo Estado, para aterrorizar a comunidade, torturando,extorquindo e até mesmo matando pessoas que não possuíam nenhum tipo de envolvimento com o crime.


As cenas chocantes que até hoje causam indignação e revolta naqueles que as assistem, tiveram imensa repercussão e as instituições policiais brasileiras foram duramente criticadas entre a imprensa e entidades de direitos humanos internacionais.

A responsável pelo escritório londrino da Anistia Internacional na época, Fiona Macaulay, foi segura ao comentar a ação dizendo: "A violação dos direitos humanos praticada pela PM no Brasil é generalizada".


Morador da área e antigo conhecedor do problema, o cinegrafista amador só precisava de uma posição estratégica e paciência, pois a polícia logo iria aparecer, e quando chegasse, o terror estaria formado para a comunidade da favela Naval.


Foram quatro dias de filmagens, em cada atuação os policiais se mostravam mais violentos, mais bandidos.

Na madrugada do dia 7 de março de 1997, a situação chegaria ao extremo, os Pm’s abordaram um gol que passava pela favela para roubar os ocupantes do veículo,como os três homens não tinham dinheiro,foi impossível escapar das torturas praticadas por quem deveria estar protegendo a sociedade.


O motorista do gol, Jefferson Sanches Caputi, foi um dos mais espancados, os militares o deitaram sobre o carro e passaram a agredi-lo com golpes de cassetetes pelo corpo, o soldado Nélson Soares da Silva Júnior optou por bater nos pés do rapaz, enquanto o companheiro Otávio Lourenço Gambra, preferiu desferir golpes na cabeça, braços,costas e abdômen.

Depois de vários minutos de covardia, os amigos foram liberados e entraram no carro embaixo de uma chuva de cacetadas.Mas ainda não estava bom para o Soldado Gambra, também conhecido como (Rambo),ele queria mais, e então efetuou dois disparos contra o automóvel,ferindo e matando o conferente Mário José Josino.


Tudo aconteceu na frente das câmeras, não foi preciso mais nada, as provas estavam ali, e agora, a quadrilha policial estava com os dias contados.

A justiça, tão logo tomou conhecimento dos casos, resolveu atuar contra o bando, diversos órgãos de defesa dos Direitos Humanos e afins também entraram na batalha, a população indignada cobrava uma resposta das autoridades.


Em outubro e novembro de 1998 foram condenados os ex- Policiais Otávio Gambra (a 65 anos de reclusão) e Maurício Louzada (a 27 anos de reclusão) pela justiça comum. Em 1999 foram condenados por abuso de autoridade os ex-policiais: Ricardo Luiz Buzeto (2 anos de detenção), Demontier Figueiredo (1 anos e 6 meses), Adriano Oliveira (1 ano e 6 meses), Rogério Neri Bonfim (6 anos), Sargento Reinaldo José Santos (10 dias); e Nelson Soares a 18 anos por tentativa de assassinato e 11 abusos de autoridade.


Em maio de 99 desembargadores do Tribunal de Justiça anularam o júri que condenou o policial Otávio Gambra a 65 anos de prisão e determinaram novo julgamento, que aconteceu no ano seguinte e determinou uma sentença de 47 anos de prisão. No ano de 2001 o Tribunal de Justiça acatou recuso da defesa e diminuiu a pena de Gambra para 15 anos de reclusão.O Tribunal de Justiça anulou em 200 o julgamento de Maurício Gomez Lousada e Nelsom Soares da Silva Júnior,por considerar que os jurados contrariaram os autos do processo.Foi determinado que os réus aguardassem o novo julgamento em liberdade.

Analisando a questão.


Embora muitos façam vistas grossas, ainda é bastante comum encontrar no país uma polícia preconceituosa,que tem a palavra pobreza como sinônimo de criminalidade,que quando está em um bairro de classe média diz:“Bom dia Senhor” e na periferia “Encosta na parede Vagabundo”.


As instituições policiais precisam ser humanizadas, e já! ,mas é mais fácil acreditar que essa história aconteceu numa cidade muito longe,muito longe daqui, que tem favelas que parecem as favelas daqui e tem problemas que parecem os problemas daqui.





2 comentários:

Fernando disse...

interessante como o povo esquece das coisas nessa época tinha 9 anos e lembro muito bem desse dia, e essas imagens nunca sairam da minha cabeça, po é foda.... imagina so o que deve ter acontecido outros dias? o que se viu ae foi apenas o cotidiano dos dias 3 5 e 7 de março de 1997, o que vi esses dias na internet é q o rambo (GAMBRA) tava transitando normal e trabalhando em uma empresa de vidros... é uma vergonha mas fazer o que???

valeu pelo post

Anônimo disse...

Concordo.


Já ouvi varios relatos de pessoas que foram espancadas injustamente pela policia mesmo sendo cidadãos do bem.

A maioria dos casos não se torna publico, pois muitos por medo não denunciam.


Pequisando bem ,verifiquei que a internet possui muitos registros de crimes cometidos por policiais entre outras autoridades que deveriam sim cumprir pelo combate ao crime e por colaborar com justiça.

Deixo aqui meu protesto, por tambem ter sido mal tratado em algumas ocasioes por alguns maus policias e por ter meu proprio carro sido encontrado na mão de um policial criminoso.

A verdade seja dita.

2 Coríntios
13:8 Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.