Um dos maiores escândalos de violência policial no Brasil está completando 12 anos.Era março de 1997, quando o país tomou conhecimento das barbáries promovidas por policias do 24º Batalhão da PM de Diadema-SP, contra os moradores da Favela Naval.
As imagens feitas pelo cinegrafista amador Francisco Romeu Vanni flagraram dez PM’s que usavam do poder concedido pelo Estado, para aterrorizar a comunidade, torturando,extorquindo e até mesmo matando pessoas que não possuíam nenhum tipo de envolvimento com o crime.
As cenas chocantes que até hoje causam indignação e revolta naqueles que as assistem, tiveram imensa repercussão e as instituições policiais brasileiras foram duramente criticadas entre a imprensa e entidades de direitos humanos internacionais.
A responsável pelo escritório londrino da Anistia Internacional na época, Fiona Macaulay, foi segura ao comentar a ação dizendo: "A violação dos direitos humanos praticada pela PM no Brasil é generalizada".
Morador da área e antigo conhecedor do problema, o cinegrafista amador só precisava de uma posição estratégica e paciência, pois a polícia logo iria aparecer, e quando chegasse, o terror estaria formado para a comunidade da favela Naval.
Foram quatro dias de filmagens, em cada atuação os policiais se mostravam mais violentos, mais bandidos.
Na madrugada do dia 7 de março de
O motorista do gol, Jefferson Sanches Caputi, foi um dos mais espancados, os militares o deitaram sobre o carro e passaram a agredi-lo com golpes de cassetetes pelo corpo, o soldado Nélson Soares da Silva Júnior optou por bater nos pés do rapaz, enquanto o companheiro Otávio Lourenço Gambra, preferiu desferir golpes na cabeça, braços,costas e abdômen.
Depois de vários minutos de covardia, os amigos foram liberados e entraram no carro embaixo de uma chuva de cacetadas.Mas ainda não estava bom para o Soldado Gambra, também conhecido como (Rambo),ele queria mais, e então efetuou dois disparos contra o automóvel,ferindo e matando o conferente Mário José Josino.
Tudo aconteceu na frente das câmeras, não foi preciso mais nada, as provas estavam ali, e agora, a quadrilha policial estava com os dias contados.
A justiça, tão logo tomou conhecimento dos casos, resolveu atuar contra o bando, diversos órgãos de defesa dos Direitos Humanos e afins também entraram na batalha, a população indignada cobrava uma resposta das autoridades.
Em outubro e novembro de 1998 foram condenados os ex- Policiais Otávio Gambra (a 65 anos de reclusão) e Maurício Louzada (a 27 anos de reclusão) pela justiça comum. Em 1999 foram condenados por abuso de autoridade os ex-policiais: Ricardo Luiz Buzeto (2 anos de detenção), Demontier Figueiredo (1 anos e 6 meses), Adriano Oliveira (1 ano e 6 meses), Rogério Neri Bonfim (6 anos), Sargento Reinaldo José Santos (10 dias); e Nelson Soares a 18 anos por tentativa de assassinato e 11 abusos de autoridade.
Em maio de 99 desembargadores do Tribunal de Justiça anularam o júri que condenou o policial Otávio Gambra a 65 anos de prisão e determinaram novo julgamento, que aconteceu no ano seguinte e determinou uma sentença de 47 anos de prisão. No ano de 2001 o Tribunal de Justiça acatou recuso da defesa e diminuiu a pena de Gambra para 15 anos de reclusão.O Tribunal de Justiça anulou em 200 o julgamento de Maurício Gomez Lousada e Nelsom Soares da Silva Júnior,por considerar que os jurados contrariaram os autos do processo.Foi determinado que os réus aguardassem o novo julgamento em liberdade.
Analisando a questão.
Embora muitos façam vistas grossas, ainda é bastante comum encontrar no país uma polícia preconceituosa,que tem a palavra pobreza como sinônimo de criminalidade,que quando está em um bairro de classe média diz:“Bom dia Senhor” e na periferia “Encosta na parede Vagabundo”.
As instituições policiais precisam ser humanizadas, e já! ,mas é mais fácil acreditar que essa história aconteceu numa cidade muito longe,muito longe daqui, que tem favelas que parecem as favelas daqui e tem problemas que parecem os problemas daqui.
2 comentários:
interessante como o povo esquece das coisas nessa época tinha 9 anos e lembro muito bem desse dia, e essas imagens nunca sairam da minha cabeça, po é foda.... imagina so o que deve ter acontecido outros dias? o que se viu ae foi apenas o cotidiano dos dias 3 5 e 7 de março de 1997, o que vi esses dias na internet é q o rambo (GAMBRA) tava transitando normal e trabalhando em uma empresa de vidros... é uma vergonha mas fazer o que???
valeu pelo post
Concordo.
Já ouvi varios relatos de pessoas que foram espancadas injustamente pela policia mesmo sendo cidadãos do bem.
A maioria dos casos não se torna publico, pois muitos por medo não denunciam.
Pequisando bem ,verifiquei que a internet possui muitos registros de crimes cometidos por policiais entre outras autoridades que deveriam sim cumprir pelo combate ao crime e por colaborar com justiça.
Deixo aqui meu protesto, por tambem ter sido mal tratado em algumas ocasioes por alguns maus policias e por ter meu proprio carro sido encontrado na mão de um policial criminoso.
A verdade seja dita.
2 Coríntios
13:8 Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade.
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