Há uma semana, o Brasil foi abalado pela tragédia da cidade de Santa Maria (RS), onde mais de 230 pessoas morreram e diversas ficaram gravemente feridas num dos maiores incêndios com vítimas fatais na história do país. O incidente aconteceu na boate Kiss, local em que um público - formado em sua maioria por estudantes da UFSM- participava de uma festa de integração.
O ocorrido não chama atenção somente pela quantidade de vidas perdidas, mas também pelas circunstâncias em que tudo aconteceu. A tragédia poderia ter sido evitada com medidas simples, porém uma sucessão de erros colaborou para que a coisa chegasse ao ponto que chegou.
Entre vários problemas identificados até agora, sabe-se que a boate contava somente com uma porta para entrada e saída, estava superlotada, tinha uma espuma de isolamento acústico instalada de forma irregular, e ainda permitia a realização de shows pirotécnicos em seu espaço interno. A casa ia totalmente na contramão das mínimas condições de segurança, mas estava funcionando perfeitamente. O maior problema é que as autoridades sabiam disso e não interditaram o local. Aí deu no que deu.
Após a tragédia gaúcha, o país tem vivenciado o que podemos chamar de (Efeito Kiss), pois vários estados e municípios resolveram vistoriar e fechar casas de shows que apresentam falhas na segurança. Alguns governos tomaram essa atitude por medo, outros fizeram para fingir responsabilidade mesmo. Pura hipocrisia! Mas a questão é a seguinte: até quando vai durar essa fiscalização rigorosa?
Em países mais sérios, o incêndio da boate Kiss seria motivo de profundas mudanças na legislação sobre o funcionamento de locais com grande aglomeração de pessoas. Mas, infelizmente, o Brasil é incapaz de aprender com suas tragédias.
Basta tomarmos como exemplo as catástrofes provocadas pelas chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro, que tirou a vida de mais de 900 pessoas no começo de 2011. O que mudou de lá pra cá? Quanto se tem investido na prevenção contra enchentes, deslizamentos, etc? Pouca coisa foi feita.
Infelizmente, aqui só se pensa no pior depois que ele acontece ou volta a acontecer. Aí já é tarde demais, e o preço deste relaxamento é pago com vidas.
Basta tomarmos como exemplo as catástrofes provocadas pelas chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro, que tirou a vida de mais de 900 pessoas no começo de 2011. O que mudou de lá pra cá? Quanto se tem investido na prevenção contra enchentes, deslizamentos, etc? Pouca coisa foi feita.
Infelizmente, aqui só se pensa no pior depois que ele acontece ou volta a acontecer. Aí já é tarde demais, e o preço deste relaxamento é pago com vidas.
Um comentário:
A midia gosta mais de lamentar as tragédias mas não se importa com soluções de fato
Se um cidadão comum procura um veículo da midia para apresentar uma sugestão, uma proposta, ou um projeto que objetivem a segurança, a qualidade de vida da população, esta pessoa não terá um mínimo de atenção por parte dos grandes veículos de comunicação de massa.
Mas quando ocorrem as catástrofes ou os problemas graves, eles exploram isto ao máximo.
Exploram ao máximo o sofrimento das pessoas, tentando chamar a atenção do público e comovê-lo com o sofrimento das pessoas afetadas. Mas jamais abrem espaço para uma profunda discussão e reflexão sobre as raízes dos problemas, e muito menos para as soluções definitivas.
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