Embora as autoridades policiais e politicas não queiram
reconhecer o quadro de insegurança em Juiz de Fora, é visível, para todos os
moradores, que o poder público perdeu o controle sobre a violência no
município. Não chegamos nem mesmo na metade do segundo semestre e já podemos
contabilizar mais de 50 homicídios consumados e uma série de tentativas.
Observando os noticiários com um pouco mais de atenção, é
possível perceber que quase todas as semanas do ano estão sendo marcadas por
crimes violentos, principalmente por atentados contra a vida. Situação que
cresce proporcionalmente ao avanço do tráfico de drogas e também com o
acirramento dos conflitos entre os chamados “bondes”, de bairros rivais. Os
números só tendem a aumentar.
Mesmo conhecendo a origem da desordem, parece que a polícia
prefere tomar atitudes somente no calor dos acontecimentos. Primeiro esperam o
pior acontecer, depois é que vão pensar numa forma de resolver o problema. Quando ocorre um assassinato em determinado
bairro, o policiamento é reforçado naquela área pelos próximos três ou quatro
dias, mas é só uma falsa sensação de segurança, porque, depois o local se torna
abandonado como antes.
O fracasso da segurança pública já pode ser notado até na
região central, lugar que se tornou palco de constantes enfrentamentos de
galeras. As brigas, cada vez mais violentas e a qualquer hora do dia, agora
acontecem debaixo do nariz das autoridades.
A questão é que Juiz de Fora cresceu, mas o Governo mineiro
insiste em tratá-la como a cidadezinha pacata do interior. Os investimentos em
segurança não estão acompanhando o ritmo da criminalidade do município. Mesmo
assim, os delegados e comandantes juram de pés juntos que a situação está sob
controle. Mas como assim sob controle?
Dentro deste contexto, o mais grave é saber que os militares
adiam a chegada ao local da ocorrência só para não correrem o risco de ficar
agarrados com o flagrante na delegacia. Além disso, ainda há aquela ordem
superior para que a natureza dos crimes seja alterada nos boletins de
ocorrência. Nossa cidade vive hoje um
autêntico “salve-se quem puder”.
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